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Vereadora diz que Agnelo deixou "herança maldita" para Parnamirim


A vereadora Kátia Carvalho de Lima (DEM) foi a entrevista do Alpendre desta semana. Em conversa com os jornalistas Cefas Carvalho e Tainá Dantas, a vereadora falou do seu mandato, de projetos políticos para o futuro e, principalmente, sobre a questão do saneamento básico de Parnamirim, após a decisão do Acórdão do Tribunal de Contas da União (TCU) que mandou revogar a licitação feita, cuja empresa ganhadora havia sido a Construtora A. Gaspar. Confira:
Cefas Carvalho – Vereadora, como a senhora está vendo toda esta polêmica sobre o saneamento básico?
Katia Carvalho – Eu vejo esse assunto com muita preocupação. E essa minha preocupação não só agora, após o Acordão do Tribunal de Contas da União (TCU), mas há muito tempo o nosso mandato vem observando isso. Eu até havia antecipado na Câmara essas notícias que só agora chegam ao conhecimento da população através da imprensa. Eu vejo essa questão com muita preocupação, porque o dinheiro público está em jogo e o pior de tudo, que é a não concretização do projeto de saneamento básico, que foi decantado como “a obra do século”.
Isso gera inúmeros problemas e o maior que eu vejo é a questão da contaminação da nossa água por nitrato, que precisamos encontrar com urgência uma solução. A gente tem que tratar essa questão com maior profundidade. Eu, inclusive, já sugeri na Câmara que se fosse feito o convite aos secretários de Saneamento Básico e Obras Públicas para que eles falassem com clareza sobre tudo o que está acontecendo por trás do projeto de saneamento básico de nossa cidade. Eu defendo que se nessa sessão em que os secretários irão comparecer ainda ficar alguma dúvida nós vamos sugerir a realização de uma audiência pública, inclusive, convocando o ex-prefeito Agnelo Alves para que ele compareça à Câmara e possa fazer os esclarecimentos que necessitamos.
CF – Vereadora, o que se nota nesse episódio do saneamento é que há uma certa blindagem ao nome do ex-prefeito Agnelo Alves. A senhora concorda com essa tese?
KC – O primeiro nome citado no Acórdão do TCU é o dele, o de Agnelo. Nós entendemos que ele deveria ser convidado e não convocado para falar sobre o assunto. E prestar os esclarecimentos necessários acerca de tudo que se passou por trás dessa questão do saneamento e Parnamirim. Inclusive, ele quando prefeito, foi responsável pela grande propaganda sobre o que chamava na época de “a obra do século”. Então, é mais do que justo de que ele venha esclarecer não só ao Poder Legislativo, mas, também, à população.
Tainá Dantas – Então, os vereadores estão na firme disposição de esclarecer esse assunto, inclusive com a presença de Agnelo na Câmara?
KC – Eu já conversei com alguns vereadores, entre eles Gildásio Figueiredo e Sérgio Andrade, e tenho sentido haver da parte deles toda a compreensão de que nós não devemos nos furtar de esclarecer essa questão. Até porque não estamos cometendo nenhum crime ou injustiça com quem quer que seja. Estamos fazendo a nossa obrigação. O objetivo é prestar os esclarecimentos necessários e deixar tudo devidamente claro para a população. Até porque nós andamos nas ruas e ouvimos do povo o desejo de que esse assunto seja esclarecido. Até o momento tudo que se sabe sobre o saneamento básico de Parnamirim é que, por ora, a obra se encontra paralisada.
CF – O que se comenta nas ruas é que essa questão do saneamento é uma espécie de bomba que explodiu nas mãos do prefeito Maurício Marques. A senhora acredita nessa versão que o prefeito recebeu uma herança desagradável?
KC – Eu prefiro chamar de “herança maldita”, o que o prefeito Maurício Marques recebeu. Apesar de Maurício ter sido vice-prefeito no segundo mandato do prefeito Agnelo, a gente sabe que o vice-prefeito não teve nenhuma participação nessa questão do saneamento e, apesar de ser um administrador com experiência nessa área, pois trabalhou muitos anos na Caern, ele não foi chamado em nenhum momento para opinar ou ser ouvido sobre o projeto de saneamento. Tudo era tratado pelo prefeito Agnelo, pelo secretário Walter Fernandes e pela Secretaria de Obras Públicas.
O projeto já começou cheio de vicios, sem licença ambiental. Fizeram um projeto onde os dejetos seriam jogados no município de Macaíba e a Prefeitura daquela cidade nem ao menos foi ouvida. Foi a competência do prefeito Maurício Marques, no exercício do cargo, de convencer a prefeitura de Macaíba sobre a importância e a necessidade da instalação da lagoa para receber os dejetos. A prefeitura de Macaíba acabou concordando. E mais: o projeto chegou à administração do prefeito Maurício já totalmente deficitário, sem cobrir 100% dos bairros da cidade, sem a menor condição de prosperar. A impressão que se tem é que o projeto foi feito às pressas. Lamentamos que o terceiro maior município do estado esteja passando por uma situação dessa natureza em relação ao saneamento básico.

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