Contador

Walter Fernandes lança dúvidas sobre aliança PDT-PCdoB


Roberto Lucena e
Cefas Carvalho


Ex-secretário de Planejamento e de Obras de Parnamirim, o engenheiro civil Walter Fernandes exerce hoje o cargo de presidente do PCdoB no município. Funcionário público federal no DNIT-RN, Walter deseja disputar uma das oito cadeiras da Câmara Federal dos Deputados nas eleições deste ano. Recentemente, o pré-candidato participou do programa “No Alpendre do PN”, onde falou sobre política e respondeu algumas críticas direcionadas ao PCdoB.
Para entrar na briga eleitoral, Walter diz não ter “grandes estruturas” e usará o discurso de projetos para conquistar votos. “Não temos grandes estruturas. Estamos nessa caminhada e vamos mostrar o que podemos fazer pela cidade”, disse. O pré-candidato afirma também que seu palanque servirá para discutir problemas relevantes. Walter aproveita para alfinetar os adversários. “Essa candidatura serve para debatermos os grandes temas de Parnamirim e do Rio Grande do Norte. Os políticos, hoje em dia, não estão debatendo. Estão mais preocupados com a questão pessoal. Querem saber qual vereador irá apoiar ou não, por exemplo.”
Apesar de nunca ter assumido um cargo eletivo, Walter se apresenta como pré-candidato a deputado federal por acreditar que Parnamirim precisa de uma representação na Câmara Federal. Com o intuito de unir forças, o PCdoB não deverá lançar candidato a deputado estadual. “Aqui, em Parnamirim, o PCdoB não vai lançar candidatura a estadual. Parnamirim precisa de um candidato a federal e quero ser o deputado federal de Parnamirim. Lanço esse desafio”, define.
O PCdoB, em nível estadual, já anunciou aliança com o PDT – partido cujo vice-presidente é o prefeito Maurício Marques. Há alguns dias, o chefe do Poder Executivo de Parnamirim fez duras críticas ao PCdoB. O prefeito chegou a questionar a aliança com o partido comunista e ameaçou não apoiar Carlos Eduardo, candidato a governador pela aliança PDT-PCdoB. O motivo do desentendimento é a greve dos professores do município. Segundo o prefeito, o PCdoB poderia evitar a paralisação.
Walter diz que não entendeu as críticas do prefeito e destaca que o PCdoB não pode interferir no debate. “Sou servidor público e faço reivindicação independente do partido. O sindicato é autônomo. Os servidores têm o direito de exigir melhorias. O sindicato é independente. O PCdoB nem foi convocado para discutir esse problema”, sentencia.
Com relação a possível quebra de aliança com o prefeito Maurício, Walter acredita que questões pessoais estão interferindo e questiona: “Porque não apoiar Carlos? É estranho. Então também não vai apoiar Dilma? A situação está complicada. Fico assombrado como ainda se faz política por questões pessoais. Se quer discutir nossa participação política, que se apresente projetos ou venha participar do nosso projeto”, declara.

Racha?

O clima entre pedetistas e comunistas parece estar tenso e a aliança aparece com fissuras. Walter Fernandes considera que Carlos Eduardo é um bom nome, mas faz elogios ao governador Iberê Ferreira (PSB). “Carlos Eduardo foi um bom prefeito, mas não podemos esquecer que Iberê é um bom nome para Parnamirim. Foi ele [Iberê] quem colocou emendas para obras importantes em Parnamirim. Acho que Carlos é um grande candidato, mas não vamos municipalizar a eleição. Estamos aliados ao PDT, mas reconhecemos que Iberê é uma grande força”.
O possível racha da aliança, no município, é mais perceptível quando a discussão chega a sucessão da Assembléia Legislativa. Em 2008, o PCdoB apoiou o deputado Gilson Moura (PV). De acordo com as palavras de Walter, o apoio pode se repetir este ano. “Não há apoio definido para deputado. Vamos ver a questão da coligação sem esquecer de olhar para Gilson Moura que tem muito por Parnamirim”.

Foto: Jefferson Lira

Nenhum comentário:

Postar um comentário