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Queda de um mito? Agnelo deixa de ser "intocável" em Parnamirim


Cefas Carvalho e Roberto Lucena

Prefeito de Parnamirim por oito anos, ex-senador da República, um dos "cabeças" de família tradicional na política potiguar, com ascendência sobre veículos de comunicação, Agnelo Alves passou as duas administrações frente à Prefeitura local e mais o primeiro ano como ex-prefeito envolto em uma aura de mito. Durante esse tempo, só encontrou um crítico feroz, o ex-vereador Fernando Fernandes, que passou o último ano da gestão Agnelo espezinhando o então prefeito no plenário da Câmara com humor ferino e boa oratória. Mas, não passava disso.
Contudo, o final de 2009 e o começo de 2010 parecem marcar o início dos arranhões no "mito Agnelo". Primeiro, foi o vereador Clênio Tavares (PV) que afirmou existir uma “herança maldita” passada ao prefeito Maurício. O vereador verde também declarou que a gestão Agnelo preocupou-se muito com obras de concreto e esqueceu as pessoas.
Depois, em entrevista ao "Alpendre do PN", a vereadora Kátia Carvalho (DEM) disse que o período Agnelo Alves já era passado. A democrata também sugeriu que a cidade não “deve mais nada a Agnelo. A balança está equalizada”. Mais recentemente, Kátia culpou o ex-prefeito pela demora nas obras de saneamento.
Excluindo-se as críticas dos adversários, o que mais chama atenção e aponta para a queda da liderança de Agnelo é o fato do surgimento de vários pré-candidatos a deputado estadual de Parnamirim. As candidaturas surgem dentro do mesmo bloco político que até então apoiava Agnelo. São os casos de Rosano Taveira (PRB) e Sérgio Andrade (PP). E ainda há a possibilidade do vice-prefeito Epifânio Bezerra (PMDB) lançar seu nome.
“Se ele tem controle do bloco, por que não conseguiu unir todos em torno do seu nome?”, questiona um observador. Agnelo limita-se a responder que sua candidatura “não é excludente. O eleitor precisa ter mais nomes para escolher”, afirma.
Na Câmara dos Vereadores, local onde Agnelo nunca nutriu simpatia, são poucos os que declaram apoio ao ex-prefeito. Num universo de 12, apenas Lucinha Thiago, Elienai Cartaxo e Valério Santiago se manisfetaram pró Agnelo. Nos bastidores do Poder Executivo, a situação complica mais. Secretários municipais já procuraram o prefeito Maurício Marques pedindo autorização para votar em outro candidato. Comenta-se que a preferência é pelo vereador Taveira.
Insatisfeitos, alguns “aliados” começaram um movimento pedindo a desistência da candidatura de Agnelo. Alegam que, com Carlos Eduardo governador, haveria muito poder concentrado nas mãos dos Alves.

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