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Vereadora diz que Parnamirim ajudou tanto a Agnelo quanto Agnelo a Parnamirim e que "a conta está paga"


Em entrevista concedida a este blogueiro e ao jornalista Roberto Lucena na série "No alpendre do PN", do jornal Potiguar Notícias, a vereadora parnamirinense Kátia Carvalho critica duramente o DEM de Parnamirim e o ex-prefeito Agnelo Alves. Confira:

A senhora é do DEM, mas segue orientações do deputado estadual Robinson Faria (PMN). Ambos pleiteiam disputar a cadeira de governador. Como fica a sua posição em 2010, caso Robinson e Rosalba disputem o governo do Estado? Quem a senhora apoiará?
O momento é de observar. Não temos interesse de ir contra os interesses do DEM. Tenho a seguinte opinião: os dois "Erres", como costumo dizer, Robinson e Rosalba, faço uma avaliação muito positiva dos dois nomes. Acredito até que a eleição deve girar em torno desses dois nomes. Porque são as duas pessoas que já passaram por casas administrativas e deixaram suas marcas. Na minha análise, o desenrolar da coisa vai convergir para os dois. Não posso afirmar se serão os dois juntos ou se serão separados. Mas as pesquisas mostram que está entre Rosalba e Robinson. Vai chegar o momento das negociações e com conversas a gente se acorda. Vamos ter que ouvir a população. Na verdade o DEM em Parnamirim, e aqui eu faço um desabafo, não funciona. Ele não tem atuação. Então não se pode cobrar algo que a gente não tem retorno. O meu caminhar ao lado de Robinson Faria é uma coisa sacramentada. Sou seguidora dos projetos dele, como também participo da execução dos projetos. Posso citar o Cidadão Sem Fome. A gente vai ter que conversar muito, lavar muita roupa suja dentro do DEM para que isso venha mudar.
Para conseguir seu apoio?
Exatamente. O DEM em Parnamirim só não é morto porque existe. Mas ele não atua, não tem presença. Teve dois eventos seguidos do DEM, há pouco tempo, e eu sequer fui convidada. Como você quer uma troca de lealdade, de fidelidade se você não tem essa via?
Esse desabafo pode significar uma mudança de partido quando a legislação permitir?
Com certeza. Deverá existir mudanças no comportamento do partido com a gente. Não digo isso só por mim, tenho procuração para falar em nome de outros filiados. O quesito de atenção com os demais filiados é sempre levantado. Para se ter idéia, nas últimas eleições, só tivemos duas reuniões.
Por que isso acontece no DEM?
Não sei lhe dizer. Eu já questionei isso em datas anteriores, não com intenção de tomar partido de ninguém. A questão é de ter uma aproximidade maior com a cúpula do partido, haja vista que já estamos no segundo mandato pelo DEM e é sempre a mesma coisa: sempre fomos deixados de lado.
Existe o flerte com outros partidos?
Existem vários [Risos].
E qual sua avaliação sobre os oito anos do ex-prefeito Agnelo?
Parnamirim ganhou muito com o governo Agnelo, mas ao mesmo tempo acho que Agnelo também ganhou. Se fizermos uma retrospectiva da vida política de Agnelo, depois da cassação do mandato como prefeito de Natal, ele praticamente se isolou da política. Foi preciso muito convencimento para que ele fosse candidato. Entendo que houve um regaste na vida política. Agnelo ganhou com isso, porque teve oportunidade de mostrar sua parte administrativa, resgatou a relação política com o município, e o município ganhou. Aí entram várias questões: a questão econômica era outra, não se falava em crise, ele teve oportunidade de nos dois primeiros mandatos ter o sobrinho como governador, logo em seguida foi um dos coordenadores da campanha de Wilma e nos 4 primeiros anos foi muito tranqüilo com relação a convênios. Acredito que é uma balança onde ninguém deve nada a ninguém. Inclusive ele diz isso: que não deve, que fez a parte dele, assim como Parnamirim deu o seu retorno o reelegendo. Agora o momento é outro. Hoje o prefeito de fato e direito é Maurício. As pessoas que são ligadas a Agnelo têm que deixar Maurício fazer a parte dele. "Deixem o homem trabalhar". [risos] Eu vejo que Maurício quer trabalhar. Essa questão da greve da Saúde, desde o último ano de Agnelo, era para ter feito concurso. A greve dos professores, dos médicos, é reflexo dos anos anteriores.
Fizemos uma enquete no nosso portal sobre o tema. A senhora acredita no rompimento entre Agnelo e Maurício?
Acho que a palavra não seria rompimento, acho que é o livre arbítrio de Maurício governar. Gratidão não quer dizer submissão. Vejo que o único secretário que era de Agnelo e continua, é só Jorge [Cunha, do Planejamento]. Não dá para ter rompimento se não houve exigências. O único, que tenho conhecimento, que foi indicação de Agnelo, foi Jorge. Aqueles que não estão caminhando bem estão sendo substituídos. Se por acaso houver demissão de Jorge, será por uma questão administrativa, e não política. Porque se você for ao Natal Shopping, ao Midway, todas as tardes, Jorge está por lá com Agnelo.

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