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Prefeitos enfrentam dilema: romper ou não com lideranças que os ajudaram a eleger?


Da Redação do Potiguar Notícias

A exoneração do secretário particular da prefeita, Sérgio Cunha pela prefeita de Macaíba, Marília Dias (foto), praticamente provocou o rompimento político entre ela e o ex-prefeito e em tão aliado Fernando Cunha Lima, já que Sérgio é irmão de Fernando e homem de confiança deste no Governo Marília. Fontes macaibenses registram que Marília não estaria satisfeita com a função extra-oficial de Sérgio de "monitorar" a prefeita e suas ações. Marília foi subsecretária de Saúde na gestão Fernando e recebeu total apoio dele para derrotar o ex-prefeito Luizinho Soares nas eleições de 2008.
A crise entre Marília e Sérgio/Fernando leva o mundo político a um questionamento duplo? Quem chega a prefeitura tendo o apoio integral de um ex-prefeito com peso político e aprovação popular deve dar espaço a este ex-prefeito após assumir a municipalidade? Por sua vez, os ex-prefeitos têm direito de tentar manter focos de poder mesmo com a Prefeitura ocupada por outra pessoa, ainda que um aliado? As "criaturas" têm o direito de se voltar contra os "criadores"? E os "cradores" podem esperar gratidão eterna das "criaturas"?
Estas perguntas e suas respostas levam a duas situações: a uma fidelidade quase canina que pode gerar maus resultados ou a uma crise que não raramente é seguida de rompimento. No primeiro exemplo, temos a gestão Jarbas Cavalcanti em São Gonçalo entre 2005 e 2008. Sucedendo a Poti Junior, Jarbas manteve-se "na sombra" do ex-prefeito, jamais imprimindo uma marca própria ao seu mandato. Jamais traiu Poti, mas, com baixa aprovação, perdeu a reeleição para Jaime Calado.
No segundo exemplo, existem quadros problemáticos em dois dos três maiores municípios do Estado, Mossoró e Parnamirim. Em Mossoró, a prefeita Fafá Rosado tenta se desvencilhar do grupo político da senadora Rosalba Ciarlini e seu marido, ex-deputado Carlos Augusto Rosado, mas enfrenta dificuldades. Fafá, o marido dela, deputado estadual Leonardo Nogueira, e o irmão dele, chefe de gabinete Gustavo Rosado, desejam alçar vôos próprios, mas não rompem. Por sua vez, Rosalba e Carlos querem gratidão política pelo apoio nas eleições de 2008 e 2004.
Em Parnamirim, a situação é delicada. Eleito com o apoio do ex-prefeito Agnelo Alves em uma eleição acirrada contra o deputado estadual Gilson Moura, o prefeito Maurício Marques enfrenta o dilema: manter pessoas e ações da "era Agnelo" e mostrar gratidão, ou arriscar a pecha de "ingrato" e fazer uma administração com "a cara de Maurício"? Muitos boatos já registraram que o rompimento entre Agnelo e Maurício estaria próximo. Ambos negam veementemente este rompimento. Mas, como o próprio Agnelo afirma, a política é como as nuvens. Resta esperar o movimento delas até o início da campanha eleitoral do ano que vem.

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