Contador

"Entre nós" e "Steven": Espetáculos mostram talentos natalenses e falta de espaços/condições de apresentação



Cefas Carvalho

Dois espetáculos locais me chamaram a atenção nos últimos tempos, um pelo que vi, outro pelo que não vi e ambos me levam a raciocinar sobre a falta de espaços culturais em Natal. Vamos por partes. O espetáculo que vi – e gostei – foi “Entre nós”, dança-teatro encenada por Diana Fontes com texto de Cláudia Magalhães, pesquisa musical de Mauricio Motta e seis dançarinos de primeira qualidade. Embora suspeitíssimo que sou para elogiar o trabalho (amigo de Diana e apaixonado por Cláudia), a lotação da Casa na Ribeira nos dois dias de apresentação, a presença maciça de pessoas nos debates pós-espetáculo e as palmas persistentes ratificam minha opinião: “Entre nós” é uma combinação rara de texto, música e dança, com a densidade e peso que tanto carecem no teatro e dança atuais. Na segunda e última apresentação, dezenas de pessoas atrás de ingressos voltaram de mãos abanando da Casa da Ribeira.

Quanto ao que não vi, trata-se de “O bizarro sonho de Steven”, encenado dias 23 e 24 no Galpão 29, na Rua Chile, pelo Grupo de Teatro Facetas, Mutretas e Outras Histórias, que tem à frente os ótimos atores Rodrigo Bico e Enio Cavalcante. Quem viu, elogiou muito e como gosto de coisas estranhas, a proposta da peça me agrada: pela descrição, "não há cadeiras e o público é levado a se mover de acordo com os acontecimentos, com uso surpreendente da luz, som e câmeras de TV", segundo Chico Guedes, em textos postados em diversos blogs, como o Catorze. Pelos informes, Não vi, mas, já gostei!

E o curioso dos dois espetáculos é que foram apresentados duas vezes e só! Onde está a cultura da temporada de um espetáculo? Onde se apresentar? Quantos teatros/palcos existem em Natal? Pena termos um determinado número de espetáculos de qualidade e poucos lugares/condições para que se apresentem.

Ah, o crédito da foto da direita (Steven) é de Mauricio Cuca. A foto da esquerda (Entre Nós) foi enviada pela divulgação do espetáculo.

5 comentários:

  1. "não há cadeiras e o público é levado a se mover de acordo com os acontecimentos, com uso surpreendente da luz, som e câmeras de TV"

    Oi,Cefas,
    acho que essa frase foi tirada ipsis literis dum texto meu publicado na Catorze, no SP e no Papo Furado. Será que estou enganado?

    ResponderExcluir
  2. Outra coisa, a foto, aparentemente também chupada da matéria da Catorze, tem crédito. É de Maurício Cuca.

    ResponderExcluir
  3. Caro Chico, estás certíssimo. Foi o fator pressa com o fator repasse, já que recebi texto e foto de um amigo e pensei ser a foto de divulgação. Tudo retificado. Valeu a visita e mantenha contato.

    ResponderExcluir
  4. Valeu, Cefas!
    obrigado pela gentil retificação.
    abraço

    ResponderExcluir
  5. Sou mais uma que está à espera de poder rever ambas as peças..

    ResponderExcluir